A automação de uma linha de metrô em 8 perguntas

1. O que é um metrô automático?
Pode surpreendê-lo, mas quase 100% da histórica rede de metrô de Ile-de-France já está automatizada. Exceto que, na verdade, a automação pode significar várias coisas...
- Automação parcial. Esta é a situação mais difundida na rede no momento. Na maioria das linhas de metrô, o maquinista está sempre presente, mas é o trem que passa em seu lugar. Isso é chamado de piloto automático ou assistência à direção. O maquinista permanece responsável pela segurança, gerencia a abertura e o fechamento das portas, controla a partida do trem e pode assumir o controle a qualquer momento. A velocidade do trem é constantemente monitorada. Existem vários níveis de automação parcial, que podem ir até o gerenciamento do espaçamento entre 2 trens.
- Automação total. Quando não há nenhum driver, isso é chamado de automação total ou total. Este já é o caso nas linhas 14 e 1 e, em 2022, na linha 4. Em alguns anos, a linha 13 também deve ser totalmente automatizada. Quanto às novas linhas do metrô Ile-de-France (15, 16, 17 e 18), elas são projetadas diretamente com automação completa.

2. Mas então, quais linhas não são automáticas?
As linhas 3bis, 7bis e 10 são as únicas linhas da rede de metrô Ile-de-France que não possuem esses sistemas automáticos. Até o momento, os trens são conduzidos inteiramente manualmente.
3. Por que automatizar uma linha de metrô?
Todas as principais linhas de metrô do mundo são automáticas (com ou sem motorista). Visam alcançar uma elevada qualidade de viagem (tempo de viagem, resiliência e capacidade de resposta das operações, qualidade da informação aos passageiros, etc.). É para poder atender a todas essas solicitações que é necessário automatizar.

4. Automação: quais são as vantagens?
A automatização de uma linha de metrô permite economizar tempo de viagem, mas também em robustez diária (menos perigos, melhor regularidade), fazer o tráfego fluir da maneira mais suave possível e até aumentar o nível de oferta sem ter que mudar a infraestrutura.
A automação total (ou integral) – aliada a estações de controle centralizadas (esta é a "torre de controle" de cada linha) – permite gerenciar toda a frota ferroviária em uníssono, em tempo real, de acordo com o plano de transporte e ser capaz de se adaptar a situações de interrupção.
5. Como um metrô automático "funciona" em termos concretos?
A automação, mesmo que parcial com motorista, é a possibilidade de fazer com que os metrôs circulem mais próximos uns dos outros com total segurança, libertando-se dos bloqueios ferroviários*.

Libertar-se dos blocos ferroviários facilita a compensação de pequenos atrasos e permite o aumento da frequência, ou seja, a "vazão" dos trens. E com automação total, permite que você vá mais longe no desempenho.
Assim, na futura linha 15, eventualmente estaremos a 106 ou mesmo 90 segundos entre 2 trens no anel viário principal.
Um metrô automático também funciona em um sistema em evolução que permite adaptar-se às necessidades dos passageiros. E operação mais fácil em caso de incidente, o que permite ganhar em capacidade de resposta e agilidade na escala de toda a linha - por exemplo, injetando um trem a qualquer momento para concluir o serviço.
6. Quanto tempo leva para automatizar uma linha de metrô?
Automatizar completamente uma linha que permanece em operação, como a linha 4, por exemplo, leva cerca de 10 anos, com a maior parte do trabalho realizado à noite.
Porque se os elementos industriais e os trens podem estar disponíveis em alguns anos, também é necessário adaptar as estações, todas as estações de sinalização e até mesmo os terminais das linhas:
- Implantação de portas de tela de plataforma para garantir que ninguém saia dos trilhos no caso de trens sem motorista
- Retomada das docas para que sejam capazes de suportar o peso das portas de plataforma
- Criação de novas saídas de emergência, pois os novos trens automáticos permitem acomodar mais passageiros, o que significa que mais pessoas evacuam em caso de problema
- Ampliação das salas técnicas, nem sempre fácil no ambiente muito restrito de uma estação de metrô de Paris
- Modificação dos sistemas de sinalização
- Adaptação da fonte de alimentação
Como podemos ver, não se trata apenas de automatizar uma linha, mas de se empenhar numa abordagem global.

7. Como escolho quais linhas automatizar totalmente?
Por que as linhas 14, 1, 4 e amanhã a linha 13? Por que não as outras linhas? Como você decide sobre a automação completa de uma linha?
A decisão é informada pela evolução do número de passageiros da linha e levando em consideração os dados socioeconômicos. Assim, as futuras linhas 15, 16, 17 e 18 serão linhas enormes com um nível muito alto de tráfego esperado. Isso requer o uso de equipamentos robustos e, em caso de problema, sistemas com alto grau de resiliência.
Mas a automação não é apenas sobre o metrô. O RER também terá novos sistemas inovadores. Com o NExTEO no RER E (EOLE), linhas B e D (automação acionada pelo motorista), espera-se uma melhoria significativa no serviço de passageiros.

8. Île-de-France Mobilités: qual o papel da automação?
A decisão de automatizar uma linha, quanto mais uma linha em operação, é muito complexa, com fortes implicações industriais, operacionais e financeiras. Trata-se, portanto, de uma decisão que deve ser validada pela Île-de-France Mobilités e por todos os financiadores.
Para se envolver em tal projeto, as equipes da Île-de-France Mobilités devem garantir que o projeto traga um valor agregado social e econômico real.
Verificam, assim, se o projecto pode ser concluído e se os riscos, nomeadamente os riscos regulamentares, estão sob controlo. Desempenho, custos, risco: tantos assuntos questionados para garantir o interesse do projeto para os habitantes da região de Ile-de-France.

* Cantão ferroviário. A rede ferroviária francesa é dividida em seções, os "cantões ferroviários". Cada quarteirão é delimitado por semáforos e apenas um trem por vez pode entrar em um quarteirão. Para quê? Para garantir a cada trem, e entre cada trem, espaço suficiente para circular... e acima de tudo frear com segurança.